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Alexandre Tombini, o presidente do Banco Central (BC), disse ontem que a decisão de uma corte dos Estados Unidos de ordenar à Argentina que pague os credores insatisfeitos estabelece um precedente negativo que poderá prejudicar negociações de dívidas soberanas em outras partes do mundo.
 
Ele disse que os países da zona do euro, em dificuldades com suas próprias crises de dívida, poderão em algum momento ser afetados pela decisão, em que um juiz de Nova York ordenou à Argentina que pague US$ 1,3 bilhão aos detentores de bônus que se recusaram a participar das reestruturações de crédito realizadas pelo país depois do calote em dívidas de quase US$ 100 bilhões em 2001.
 
“É uma decisão que não é boa para ninguém”, disse Tombini. “Hoje é a Argentina, mas amanhã poderá ser um país europeu.”
 
A Argentina, que evitou um default imediato ao conseguir suspender a decisão, recusa-se a pagar credores que não aceitaram as renegociações anteriores. O Brasil, vizinho e grande parceiro comercial da Argentina, enquanto membro do Mercosul, não demonstrou um apoio formal a Buenos Aires na questão da dívida soberana.
 
Mas Tombini disse que a ordem para pagar credores insatisfeitos é preocupante para todos os processos de reestruturação de dívidas soberanas. “Ela não envolve apenas a Argentina e poderá abrir um precedente muito delicado se os insatisfeitos passarem a ser tratados do jeito que a decisão nos Estados Unidos determinou, porque aí a reestruturação da dívida realizada há poucos anos será questionada”, disse. “Acreditamos que isso será resolvido.”
 
Tombini também falou sobre o abismo fiscal dos Estados Unidos e disse acreditar que o problema será resolvido dentro do prazo, que se encerra no fim de dezembro. “Não há outra opção a não ser a resolução do abismo fiscal”, disse. “É um problema dos EUA, mas é também um problema global. O Brasil está sempre preparado…. esperando pelo melhor e preparado para o pior. Por enquanto, nossa visão é de que o problema será resolvido.”
 
Ele disse que a zona do euro continua sendo uma preocupação para o Brasil, mas a crise na região está “estabilizada”. “Tínhamos no segundo semestre do ano passado uma sensação de que a região caminhava para um colapso no começo deste ano, mas isso se dissipou bastante”, disse.
 
Tombini acredita que isso aconteceu porque a Europa adotou medidas para capitalizar seu sistema bancário e refinanciar a dívida soberana. “Não significa que o crescimento será retomado rapidamente – isso vai demorar”, acrescentou, prevendo uma contração da economia da zona do euro neste ano e um ligeiro encolhimento em 2013.
 
O BC decidiu na quarta-feira manter as taxas de juros, encerrando um ciclo de cortes contínuos de um ano, em que a Selic caiu ao nível recorde de baixa de 7,25%. Tombini disse acreditar que a economia brasileira se recuperou no terceiro trimestre para um crescimento anualizado de 4%.
 
Fonte: Valor Econômico/ Financial Times/ Joe Leahy – 30/11/2012

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