Se 2010 foi um ano de consumo expressivo, 2011 promete ser ainda mais – ao menos assim esperam os consumidores. Pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio) mostra que 61,9% das famílias esperam ampliar os gastos em relação ao ano passado.
Na média, segundo a pesquisa, os consumidores esperam um aumento de 7,2% nos gastos. Esse percentual foi influenciado, principalmente, pela população de baixa renda, que espera gastar 8,7% mais neste ano. Os mais abastados, por sua vez, esperam uma retração de 2,6% nos gastos.
De acordo com os consumidores, essa perspectiva sugere que o consumo das famílias brasileiras deverá se manter aquecido quando comparado ao ano anterior. Do total dos entrevistados, 13,2% esperam gastos menores, ao passo que 22,6% esperam manter os gastos do ano passado.
O peso da baixa renda
A pesquisa ainda mostra que, pela primeira vez, a perspectiva de consumo no curto prazo das famílias de baixa renda é maior que a das famílias de renda mais alta. No primeiro caso, para esse quesito, a pontuação chegou a 148,7, ao passo que a pontuação das famílias de alta renda alcançou os 145,7 pontos.
Por regiões, o destaque nesse item do ICF (Índice de Consumo das Famílias) ficou com o Sul, onde o grau de otimismo com os gastos para este ano subiu 22,6%. Ainda assim, a pontuação indica que a região é a menos otimista nesse quesito (133,1 pontos).
Nesse sentido, a região Norte é a mais otimista, com 159,3 pontos, e os consumidores esperam aumentar seus gastos neste ano. Os consumidores das regiões Centro-Oeste (157,5) e Nordeste (153,9) também estão otimistas.
Para os pesquisadores da confederação, o bom momento do mercado de trabalho com alta real de 5,7% no rendimento médio e desemprego nos mais baixos níveis históricos alimenta a maior confiança dos consumidores.
O crédito também é citado entre um dos fatores que ampliam o consumo das famílias. “Entretanto, dificilmente este cenário tão propício ao consumo se manterá ao longo de 2011. Além das medidas de desestímulo às concessões de crédito já adotadas para conter a pressão sobre os preços, a própria base comparativa deverá ajudar a reduzir o ritmo de evolução das variáveis condicionantes do consumo no corrente ano”, afirmaram.
Bens duráveis
Para 65% das famílias, o momento atual é bom para a compra de bens duráveis, ao passo que para 29,1%, o momento não está bom para a compra desses itens. A pesquisa mostra que, na comparação com janeiro de 2010, houve uma queda de 3,5% nesse item. Também ocorreu queda na comparação com dezembro, de 5,3%.
Os pesquisadores explicam que o recuo na comparação mensal é sazonal. Contudo, frente a janeiro do ano passado, a queda deve-se ao IPI reduzido para alguns bens. “Até 31 de janeiro daquele ano, o consumo de produtos, especialmente da linha branca, encontrava-se estimulado por reduções de preços decorrentes das menores alíquotas do imposto”.
Para os pesquisadores, nem a queda dos preços desses itens neste mês impediu o recuo desse item do indicador. Para se ter uma ideia, itens como televisores, microcomputadores e aparelhos de DVD registraram quedas de 22,2%, 12,9% e 10,9% nos preços, na ordem.
Fonte: InfoMOney, 19/01/2011