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O aumento da escala nas operações bancárias será essencial para as grandes instituições alcançarem nos próximos trimestres as metas de melhorias no índice de eficiência. Esse aumento da base será essencial no momento em que os bancos enfrentam a redução dos spreads— diferença entre o custo de captação e a taxa de juro cobrada do cliente —e já se fala em uma pressão para que as tarifas também caiam.
 
O índice de eficiência é a relação entre despesas e receitas de uma instituição e, quanto menor, melhor. Um indicador de 50% significa que a instituição gasta R$ 50 para arrecadar R$ 100.
 
Entre as instituições privadas, houve uma melhora no índice de eficiência no segundo trimestre em relação a igual período de 2011. Já nos públicos, piorou.
 
O diretor executivo de controladoria da Caixa Econômica Federal, Emilio Carmignan, reconhece que o programa de redução de juros iniciado em abril pelo banco causou uma piora na eficiência, mas que as iniciativas já tomadas em relação ao controle de despesas e, principalmente, o aumento da base de clientes — 1,7 milhão no ano até agosto — contribuirão para a recuperação do indicador. “Queremos que em até quatro anos fique abaixo de 60%.” No segundo trimestre, era de 69,1% e, no semestre, 67,8% — o pior entre os grandes bancos.
 
O próprio presidente da Caixa, Jorge Hereda, admitiu em entrevista ao Brasil Econômico que esse patamar não é satisfatório, mas lembrou que o banco presta um grande volume de serviços públicos e que isso impacta na eficiência. “Somos responsáveis pelas loterias. Pagamos o Bolsa Família e estabelecemos uma série de outros repasses do governo federal a estados e municípios”, disse.
 
O diretor de controladoria da Caixa afirma ainda que a questão das tarifas, que já foram alvo de medidas do Bancos Central em 2007, é um fator que influenciará na busca por melhor eficiência. “A disputa nas tarifas vai se acirrar ainda mais. É a concorrência. Novamente você vai precisar compensar na quantidade de clientes e no aumento das transações.”
 
Já do lado dos custos, o banco tem feito uma série de ajustes. Carmignan citou as viagens feitas pelos funcionários da Caixa. Salvo raras exceções, a compra de passagem só pode ser feita com uma antecedência mínima de 8 dias, evitando taxas mais altas em cima da hora.
 
Na avaliação do diretor gerente do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, a eficiência é um tema essencial no momento de queda dos spreads estão caindo. No caso da instituição, ele afirma que é possível elevar receitas. “O aumento de receitas no banco vai se dar pelo crescimento orgânico, já que abrimos mais de mil agências só no ano passado, e pela maturação dos investimentos”, afirmou.
 
E vendo como primordial o tema, o Bradesco criou há três anos um comitê de eficiência, com reuniões quinzenais, para estudar e planejar em quais áreas é possível melhorar.
 
Como exemplo, ele cita o novo sistema que está sendo desenvolvido para os caixas das agências. Hoje, os funcionários precisam “trafegar” por diferentes programas. Com a inovação, irão trabalhar em um único ambiente. “O ganho de tempo na operação será de cerca de 25%. Os funcionários poderão tender mais gente ou ofertar mais produtos aos clientes”, disse.
 
Esse aumento de produtividade é importante para o banco alcançar a meta de 39% no índice de eficiência até o final de 2014.
 
O Itaú também está trabalhando na melhora de sua eficiência. Do lado dos custos, o banco investe em várias frentes para no futuro reduzir as despesas. É o caso do novo centro de processamento de dados, que está sendo construído em Mogi Mirim (SP). A expectativa é que só com energia nesse novo setor a economia seja de 40%.
 
Do lado das receitas, até para compensar os menores spreads, o banco trabalha para aperfeiçoar o sistema de cobrança e ter mais receitas com seguros e outros serviços. “Deve chegar a 40% a participação das receitas em serviços e seguros até 2015”, afirmou a analista o presidente da instituição, Roberto Setubal. No ano passado, essa fatia foi de 33%. Procurados, Banco do Brasil e Santander não comentaram o assunto.
 
O analista da Austin Ratings, Luiz Miguel Santacreu, avalia que outro fator que tem ajudado os bancos na busca por melhor eficiência é o investimento em tecnologia, que permite ao cliente realizar transações sem precisar de um bancário, e as redes de correspondentes. “A escala mínima para um banco operar será cada vez maior”, diz.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Ana Paula Ribeiro – 01/10/2012

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