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Não é de hoje que a ideia de transformar o aparelho de telefone celular em um terminal para a realização de todo o tipo de compra seduz não só os fornecedores de tecnologia, mas boa parte dos consumidores. De acordo com o estudo apresentado pela consultoria GS&MD Gouvêa de Souza, 35% dos compradores brasileiros enxergam o mobile payment, ou pagamento móvel, como ferramenta do futuro. Outro levantamento, feito pela consultoria Accenture, em 11 países, com cerca de 1.100 pessoas, destaca, que 70% dos brasileiros altamente conectados manifestam o desejo de pagar suas compras por meio desse canal. Nosso interesse pela ferramenta só é menor do que o dos chineses (76%) e dos indianos (75%).

“Trata-se de um número significativo de simpatizantes do novo canal de pagamento, o que sinaliza que há uma demanda não atendida”, afirma Luiz Goes, sócio sênior da GS&MD. O que falta, segundo ele, é a disseminação da cultura não só entre o público final, mas principalmente entre os varejistas e prestadores de serviço. “É tudo uma questão de costume. No começo, pouca gente usava o cartão de débito para transações de pequenos valores; Hoje essa prática já se tornou comum,” observa o empresário.
Os próprios operadores do sistema de telefonia celular garantem que, no Brasil, o pagamento móvel ainda está engatinhando – alguns testes foram realizados em meados dos anos 2000, sem retornos satisfatórios. Pelo mundo, porém, já é uma realidade adotada por 141 milhões de pessoas, que deverão movimentar US$ 861 bilhões em compras com pagamento pelo celular neste ano. Trata-se de um volume 75,9% maior do que o do ano passado, segundo levantamento feito pela Gartner, empresa líder mundial de pesquisa de tecnologia da informação.

Na opinião dos especialistas, o que faltou há cinco anos para o pagamento via celular virar realidade por aqui foi uma convergência entre os agentes envolvidos na operação, isto é, entre as operadoras de telefonia, os bancos e as administradoras de cartão de crédito. O que se viu foram tentativas isoladas, aplicadas em algumas regiões do país, sem grande penetração. “A tecnologia adotada naquele tempo dificultava o ganho de escala, porque era preciso ter um celular vendedor que recebesse os pagamentos dos celulares pagadores, que trabalhavam com uma única operadora”, observa Gabriel Ferreira, diretor de serviços e produtos da Oi. “Vivíamos um dilema constante: sem muitos clientes era difícil credenciar estabelecimentos e vice-versa”. Mesmo assim, o OI Paggo chegou a ter 250 mil usuários e 75 mil estabelecimentos cadastrados, a maioria no Nordeste.

Em 2010, numa aliança com a Cielo, que se tornou sócia da Paggo, o processo começou a se reestruturar e, em 2012, tende a decolar em duas frentes: pagamentos via celular em qualquer máquina da Cielo em operação no país e pagamento via celular por meio do cadastramento do número do telefone no cartão de crédito lançado em uma parceria da OI com o Banco do Brasil. A reestruturação, segundo Ferreira, ampliará a rede de aceitação de pagamentos por meio de celular, que passará de 75 mil para 1,8 milhão de estabelecimentos. “Até janeiro próximo, todas as máquinas da Cielo estarão habilitadas a aceitar a operação. Hoje, apenas 70% delas estão aptas”, afirma Massayuki Fujimoto, presidente da Paggo.
Além da habilitação de 100% das máquinas, a Paggo projeta para 2012 a expansão do sistema para profissionais liberais, empreendedores individuais e revendedores porta a porta. “A eles ofereceremos um celular vendedor, com o chip de nossa tecnologia embarcado, capaz de capturar pagamentos de qualquer bandeira de cartão de crédito e de qualquer banco”, afirma Fujimoto. O processo é simples e não depende da sofisticação do aparelho. Funciona com o envio da confirmação da compra por SMS, a conhecida mensagem de texto. O envio de dados é criptografado e seguro, segundo o executivo, pois reproduz o mesmo padrão de segurança dos cartões com chip.

Quem também apostou na tecnologia via chip com comunicação por SMS foi a Mastercard que, em parceria com a Vivo, o Banco Itaú e a credenciadora de lojistas Redecard, lançou uma plataforma que permite realizar pagamentos via celular. O sistema foi desenvolvido no exterior e o Brasil é o primeiro país a usá-la.
A Vivo disponibiliza aos usuários um chip que transforma os celulares em cartões de crédito, enquanto o Itaú habilita o número do cartão dentro do chip, a fim de que a transação possa ser feita. Para realizar o pagamento, o cliente abre o aplicativo no celular, digita o código do comércio, o valor da compra, a senha do cartão e a opção débito ou crédito. No mesmo momento o lojista recebe a confirmação do pagamento em seu celular, via SMS. A novidade está sendo testada em São José dos Campos, interior de São Paulo, por 1.300 estabelecimentos cadastrados.

“Em menos de um ano de operação já foram distribuídos 15.000 cartões com a tecnologia Mastercard Mobile”, revela Luiz Guilherme Roncato, vice-presidente de Plataformas Inovadoras da Mastercard Brasil e Cone Sul. “Quando o sistema completar um ano de uso, no primeiro trimestre de 2012, conseguiremos fazer um balanço do que deve ser ou não replicado, onde e de que forma é possível expandir esse tipo de pagamento com mais facilidade.” O executivo observa que a operação do Mastercard Mobile não está restrita aos atuais parceiros, mas aberta a qualquer banco ou adquirente que deseje operar. “O nosso grande desafio ainda é a aceitação, é provar ao usuário final que a adoção é mais conveniente do que carregar o dinheiro na carteira. Do lado do adquirente, mostrar valor, apresentar os benefícios que a nova tecnologia pode trazer”, diz.
Criar uma nova cultura de pagamento é, sem dúvida, o grande desafio de quem investe nesse mercado. Mas esse é um caminho sem volta, garantem os especialistas. “A migração para celulares é tendência para um futuro muito próximo e, cada vez mais, os usuários vão se familiarizar com o móbile payment”, afirma Marcos Cavagnoli, vice-presidente do Buscapé Financial Services, responsável pela criação da plataforma de pagamentos on-line DinheiroMail, pioneira na América Latina, que permite ao usuário realizar pagamentos, solicitar cobranças ou checar saldos.

Fonte: Valor Econômico/Katia Simões – 20/12/2011

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