O seu navegador está desatualizado!

Atualize o seu navegador para ter uma melhor experiência e visualização deste site. Atualize o seu navegador agora

×

 

Crescimento mundial reduzido e inflação bem comportada no Brasil devem contribuir para que o Banco Central (BC) mantenha o processo de redução das taxas de juros iniciado em agosto do ano passado. A aposta é de um novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião que ocorre na próxima semana, dias 6 e 7 de março, o que colocaria a Selic a 10% ao ano. Nem mesmo o ritmo ainda acelerado de crescimento do crédito e a alta acumulado no ano nos preços do petróleo são capazes de alterar essa trajetória.

A expectativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) é d e uma expansão da atividade econômica global de 3,3%, ante uma alta do PIB de 3,8% em 2011. Esse ritmo de expansão não deve gerar forte pressão nos preços internacionais, como os de commodities. “O cenário externo continua indicando que o mundo está mais deflacionário no comércio de bens”, diz o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luiz Otávio de Souza Leal.

Na avaliação de Tatiana Pinheiro, da equipe do Santander, esse cenário de baixo crescimento mundial é o mesmo apontando pelo BC no início do processo de redução da taxa básica de juros. Mesmo caminhando para uma possível solução para a situação financeira dos países endividados da Europa, a economista lembra que a perspectiva é de recessão na região.
Outro fator que corrobora para a redução dos juros no curto prazo é o comportamento dos preços internos. A inflação tem subido menos do que o esperado por analistas. “Os preços estão bem comportados. Além disso, os preços administrados (como tarifa de transporte público) não devem subir muito em 2012 porque é ano eleitoral”, acredita Tatiana.

A inflação deve continuar sob controle mesmo com a oferta de crédito — que estimula o consumo. Os dados divulgados pelo BC ontem mostram que o estoque de crédito apresentou uma redução de 0,2% em janeiro ante dezembro, com maior impacto do crédito para empresas. “Mas esperamos que o ritmo forte de oferta de crédito continue, considerando a corrente política monetária expansionista”, aponta a equipe do Santander em relatório.

A inflação sob controle não é o único fator conjuntural na visão de economistas a ajudar na queda dos juros. O economista chefe da Gradual Corretora, André Perfeito, lembra que as medidas de estímulo nas economias mais desenvolvidas (com taxas de juros historicamente baixas) resultam em maior liquidez global. Com mais recursos disponíveis, a cotação do dólar deve permanecer em patamares favoráveis para o controle de preços. “Com a apreciação do real, nós estamos canalizando a poupança externa”, diz o economista.

Para o estrategista do WestLB, Luciano Rostagno, pesa ainda para a redução dos juros o fato do governo federal estar comprometido com o ajuste fiscal. Apesar de o presidente do BC, Alexandre Tombini, ter destacado esta semana que está acompanhando de perto a alta de preço do petróleo no ano, economistas não acreditam que o preço do barril seja empecilho para corte da Selic no curto prazo — ontem mesmo houve forte queda na cotação da commodity.

Se é consenso entre os economistas o corte da reunião da semana que vem, há controvérsia em um cenário mais longo. Embora a média das projeções dos analistas consultados pelo BC aponte para uma Selic de 9,5% ao final do ano, Perfeito, da Gradual, acredita que está menos óbvia a decisão do Copom para a reunião de abril. Em sua avaliação, a autoridade monetária está mais preocupada com a curva de juro futuro. “Se faz um outro corte, dá munição para os que acreditam que o BC terá que voltar a subir os juros em 2013”, avalia Perfeito. Isso porque juros baixos estimulam a atividade econômica, elevando as apostas de pressão inflacionária e consequente aperto monetário em 2013. Mas Leal, do ABC, diz que uma queda maior nos preços de serviços pode evitar essa necessidade de ajuste nos juros no ano que vem.

Fonte: Brasil Econômico/ Ana Paula Ribeiro – 29/02/2012

Outras notícias

Riscos para economia global diminuíram no curto prazo

Leia mais

Banco menor mira área de infraestrutura

Leia mais

Governo facilita a renegociação de dívidas

Leia mais