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Os parlamentares chineses sinalizaram que Pequim está se preparando para endurecer sua política monetária, à medida que os riscos inflacionários crescem junto com a recuperação da economia.
 
Na reunião anual da Assembleia Nacional Popular na terça-feira, o primeiro-ministro Wen Jiabao estabeleceu uma meta menor para o crescimento da base monetária, em um sinal claro de que as autoridades querem controlar o crédito e a liquidez no sistema financeiro.
 
Além disso, um vice-diretor do banco central e um dos seus assessores externos argumentaram ontem que o excesso de liquidez precisa ser varrido para deter o crescimento da inflação.
 
Após um período de desaceleração, a economia chinesa está se recuperando, com o crescimento ganhando ritmo desde o fim do ano passado. A inflação em 2012 foi tênue, mas os economistas amplamente esperam que ela volte a crescer este ano devido aos preços dos alimentos. Pressões inflacionárias também estão surgindo no mercado imobiliário, levando Pequim a divulgar na semana passada novos impostos e restrições referentes à venda de imóveis.
 
No entanto, analistas dizem que o Banco Popular da China provavelmente terá uma abordagem cautelosa. Tende a contar com instrumentos como a venda de títulos de dívida para bancos para tirar dinheiro do sistema financeiro ao invés de mecanismos indesejados, como a elevação das taxas de juros, já que a o crescimento da economia ainda está bem abaixo do ritmo acelerado dos últimos anos.
 
“O Banco Popular da China está inclinado na direção do aperto [monetário]. Ele está dando claros sinais de que a próxima medida será o aperto. Mas isso ocorrerá ao longo do ano”, prevê Mark Williams, analista da firma de pesquisa Capital Economics. Ele não espera nenhum aumento na taxa de juros até 2014.
 
“O banco central vai usar uma combinação de métodos que incluem a recompra e a emissão de títulos de dívida pelo banco central, o que ele já fez antes, para enxugar o excesso de liquidez. Essa é a única forma de garantir estabilidade de preços”, disse ontem o vice-diretor do Banco Popular da China, Yi Gang, nos corredores da assembleia.
 
Enquanto a isso, Chen Yulu, um economista acadêmico que integra o conselho consultor do banco central chinês, disse que vislumbra “uma grande pressão inflacionária na segunda metade do ano”.
 
A meta oficial de inflação de até 3,5% neste ano “pode ser cumprida se começarmos a controlar a base monetária agora”, disse ele, também paralelamente à reunião de líderes políticos em Pequim.
 
Questionado se as taxas de juros podem subir até o fim do ano, Chen contestou, dizendo que “depende dos dados de crescimento econômico e dos índices de preço ao consumidor”.
 
A meta oficial da China para o crescimento da sua base monetária ampliada, a M2, que inclui vários tipos de depósitos bancários, foi estabelecida em 13% para 2013, abaixo dos 14% do ano passado. Muitas das metas da China são amplamente simbólicas e não são levadas a sério pelos mercados, mas o crescimento na M2 no ano passado ficou próximo da meta, subindo 13,8% em relação ao ano anterior no fim de dezembro.
 
Ao mesmo tempo, o governo central está tomando novas medidas para combater a especulação imobiliária. Na sexta-feira, o governo informou que começará a cobrar uma taxa de 20% sobre ganhos de capital obtidos com a venda de apartamentos e que pode elevar a exigência dos valores de entrada ou de taxas mínimas de juros de hipotecas em alguns dos mercados mais aquecidos.
 
“Eu acho que uma das lições dos últimos anos no mundo é que os mercados de ativos são controlados de melhor forma por uma combinação de política monetária e controles cautelosos”, diz Williams.
 
Bancos centrais mundo afora estão adotando medidas de relaxamento monetário e mantendo as taxas de juros em níveis extraordinariamente baixos. Muitos comentaristas chineses argumentam que esse afrouxamento monetário global está pressionando a inflação na China, à medida que o país recebe fluxo de capital especulativo em busca de maiores retornos.
 
Chen atribui a pressão inflacionária às ações adotadas pelos bancos centrais mundo afora. “A situação da guerra cambial é bem grave”, disse ele. “A China definitivamente é uma vítima.”
 
No entanto, o diretor do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, foi mais cauteloso ao abordar esse tema quando falou brevemente com nos corredores da assembleia. Ele advertiu contra a análise excessiva com base em dados recentes e sugeriu uma alta na entrada de capital estrangeiro em janeiro.
 
O Banco Popular da China e outras instituições financeiras do país compraram um total de 684 bilhões de yuans (US$ 109 bilhões) em moeda estrangeira em janeiro, ante os 134,6 bilhões de yuans em dezembro. Muitos analistas consideram os dados de compra de moeda estrangeira como uma maneira aproximada de medir o fluxo de capital estrangeiro, porque, historicamente, a maior parte das divisas estrangeiras que entram no país tem sido comprada pelo banco central.
 
Mas Zhou disse que outros fatores poderiam ter influenciado, já que as empresas também costumam comprar e vender moeda estrangeira. “Ao observar as compras de moedas estrangeiras, um período de tempo maior é necessário. Não tire conclusões a partir de um único mês”, disse.
 
Fonte: Valor Econômico / Aaron Back / The Wall Street Journal – 07.03.13

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