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Enquanto no mercado de ações é possível saber ao fim do dia quanto vale cada papel, no de títulos privados não é tão simples assim. Sem negócios tão frequentes quanto na renda variável, fica difícil definir o preço dos ativos. Cada administrador tem liberdade para formatar seu manual para a chamada “marcação a mercado”, ou seja, a definição diária de preços para atualizar a cota do fundo. Assim, o valor dos papéis pode variar de uma carteira para outra.
 
Caso a marcação a mercado seja feita de forma errada, o investidor vai sentir os reflexos no bolso. Se um título é avaliado hoje com preço superior ao que realmente vale, por exemplo, quem pede o resgate agora sai em vantagem com relação ao investidor que fica mais tempo no fundo. O contrário também é verdadeiro.
 
Há um esforço da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para fazer emergir preços de referência. Ela divulga diariamente uma média de preços coletados junto a 32 instituições associadas para 141 séries de debêntures. Além de não incluir todos os papéis em mercado – hoje são cerca de 600 -, o valor não resulta da comercialização do título, mas de estimativas do valor justo. Dado o interesse das instituições em que esses papéis não percam valor, a metodologia é questionada pelo mercado.
 
Dos cinco maiores administradores de recursos, quatro afirmam usar em seus manuais as taxas indicativas divulgadas pela Anbima para debêntures, ainda que utilizem outros dados para complementar a formação de preços. “A nossa expectativa não é tanto a padronização do uso dos preços indicativos, mas que surjam fontes primárias que sejam reflexos da negociação de fato”, diz Euridson Sá Júnior, superintendente executivo de representação da Anbima.
 
A partir de novembro a associação passa a divulgar também, quatro vezes ao dia, preços reais de negociação. O Registro Único de Negócios (Reune), ainda em fase de testes, receberá informações das instituições financeiras que seguem o código Anbima. O sistema não vai substituir os preços indicativos, já que não é suficiente. “Você não tem um mercado muito dinâmico de dívidas, nenhuma debênture tem negociação diária”, diz Sá, acrescentando que o preço de negociação pode também, em muitos casos, não refletir o preço real de mercado, já que em geral existem poucos agentes envolvidos.
 
Ainda que facilite a formação de preços, o sistema da Anbima vai se limitar às debêntures. “Eventualmente vamos partir para outros ativos”, afirma Sá. O assunto é discutido no comitê de “precificação” da casa. Para que a marcação a mercado seja totalmente eficiente, só mesmo por meio de um mercado mais líquido. “A iniciativa do governo de reduzir a taxa de juros é um estímulo poderoso e vai trazer seus efeitos”, diz.
 
Fonte: Valor Econômico/ Luciana Seabra – 17/10/2012

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