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Os baixos juros nos países desenvolvidos estão produzindo o renascimento das operações alavancadas no mercado financeiro internacional, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu relatório de estabilidade financeira, divulgado ontem.

“Baixas taxas de juros são necessárias para sustentar a atividade econômica”, afirma o consultor financeiro do FMI, José Viñals. “Mas baixos juros podem criar riscos à estabilidade financeira de longo prazo.”

Os juros em alguns países desenvolvidos, como o Japão e Estados Unidos, estão perto de zero. Ontem, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) divulgou uma nova medida de expansão monetária, a chamada “operação Twist”. O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu há duas semanas o ciclo de aperto monetário na zona do euro.

Os baixos juros, argumenta o FMI, estão empurrando os investidores a assumir mais riscos em busca de retornos maiores. O movimento engloba não apenas os fundos de hedge e “private equity”, normalmente mais dispostos a correr riscos, mas também investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras.

A avaliação do FMI é que a alavancagem em geral não está particularmente alta pelos padrões históricos, “mas a tendência atual merece um monitoramento muito próximo”.

No caso dos fundos de hedge, os ativos sob administração chegaram a US$ 1,8 trilhão, o que representa uma expansão de 25% desde fins de 2009. Os fundos de “private equity”, que ficaram em compasso de espera por muito tempo por causa da crise, também aumentaram a alavancagem. A relação entre empréstimos e capital próprio chegou a cinco.

O FMI afirma no relatório que, com os juros reais baixos ou negativos, os retornos dos investimentos dos fundos de pensão e companhias de seguro estão se mostrando insuficientes para cumprir as metas de rentabilidade.

Também está acontecendo um movimento de desintermediação financeira, ou seja, busca de financiamentos fora dos bancos. Bancos de economias desenvolvidas estão tendo dificuldades em conceder empréstimos, em virtude sobretudo dos volumes relativamente pequenos de capital. Empresas estão buscando financiamentos cada vez mais por meio da emissão de títulos.

Os investidores não especializados também estão buscando ativos menos ortodoxos, como produtos estruturados.

Ou seja, papéis lastreados em operações de crédito, como as chamadas “collaterized loan obligations” e “morgage-related debt”. Investidores individuais estão se aventurando em fundos de investimento alavancados e modalidades mais complexas de ETFs, os chamados “exchange traded funds”- ou seja, fundos negociados em Bolsa.

A mensagem geral do FMI é que, diante da forte desaceleração economica nas economias avançadas, a política monetária é adequada por enquanto.

Mas Viñals afirma que os juros baixos são uma forma de “comprar tempo” até que os problemas estruturais nas economias avançadas, como má situação fiscal e baixa capitalização dos bancos, sejam corrigidos. Mas, afirma ele, se o tempo adquirido for mal usado, os baixos juros vão criar novos desequilíbrios financeiros.

Fonte: Valor Econômico/Alex Ribeiro – 22/09/2011

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