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Um novo movimento de operações de fusão e aquisição envolvendo as empresas brasileiras pode estar começando a se formar, no momento que a maior economia da América Latina dá sinais que está retomando o crescimento.
 
O investimento em companhias locais cresceu na última década com a expansão econômica do Brasil, apesar da estagnação nos países desenvolvidos. Mas a economia brasileira perdeu força nos anos recentes, atingida em cheio pelos problemas nos Estados Unidos e Europa, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não deve passar de 2% neste ano.
 
No entanto, o cenário pode começar a mudar a partir de 2013. Um incentivo potencial para o investimento estrangeiro, lembra James Sinclair, diretor da nova filial paulistana do banco americano Lincoln International, é a baixa taxa de juros.
 
O Banco Central cortou a Selic para 7,5% ao ano, o nível mais baixo dos juros no país. A inflação pode continuar preocupando, mas economistas já cravam que um patamar abaixo de dois dígitos é a nova realidade brasileira.
 
Sinclair espera que esse nível mais baixo garanta financiamento dos bancos nacionais que até agora seguraram parte do crédito em investimentos do Tesouro por conta do alto retorno dos papéis. “A maioria das empresas estará mais propensa a fazer aquisições se puder tomar emprestado em reais e não em dólares”, frisou Sinclair. Como as receitas são geradas em reais, empréstimos em divisa americana criam riscos cambiais.
 
Recentemente, grandes mudanças regulatórias levantaram temores sobre quão estável é o cenário para as companhias que fazem negócios no Brasil. O governo tomou uma série de medidas que podem afetar a economia, de corte de tarifas a intervenção no câmbio.
 
A revisão dos procedimentos de fusões e aquisições também assustou investidores e compradores em potencial. “Houve uma corrida para fechar as operações”, disse o especialista, “o que diminuiu o ritmo do mercado”.
 
De fato, houve um movimento incomum de negócios foi percebido logo antes de 19 de junho, quando as regras mudaram. Agora, segundo um porta-voz do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o tempo médio de análise do órgão antitruste para novos procedimentos caiu drasticamente, de 40 dias anteriormente, para 18 dias.
 
A Lincoln tem como foco a consultoria em transações brasileiras envolvendo empresas com menos de US$ 200 milhões (R$ 400 milhões) em receitas anuais. Setores como bens de consumo, construção, educação e saúde são os mais atrativos para estrangeiros, disse Sinclair.
 
Mas algumas transações podem também ser adiadas ou abandonadas por conta dos preços. Os valores de ativos brasileiros disparam nos últimos anos por causa da estabilidade e crescimento econômicos.
 
“Donos de ativos levam algum tempo para notar que seus negócios não são, na verdade, tão valiosos como acreditam, por conta das mudanças no ciclo econômico”, pondera Nicholas Mead, chefe de relações com investidores do Sentient Group, de Montreal. Sua gestora de investimentos tem participação em companhias de mineração no Brasil.
 
Eduardo Sampaio, especialista em litígios da FTI Consulting, também pondera que investidores estrangeiros podem se afastar de negócios no Brasil por causa de potenciais problemas escondidos nos balanços pouco transparentes das empresas de capital fechado, na maior parte familiares.
 
Mesmo assim, ambos veem boas oportunidades no país, principalmente para fundos que buscam empresas de capital fechado, o chamado “private equity”. Além disso, grupos locais podem estar mais propensos a expandir suas operações mundialmente.
 
“Companhias brasileiras têm a intenção de se internacionalizar para explorar mercados com alto valor agregado e garantir a entrega de produtos a seus clientes globais”, avaliou Sinclair.
 
Fonte: Valor Econômico/ Dow Jones Newswires/ Paulo Trevisani – 24/09/2012

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