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O interesse do investidor estrangeiro no setor imobiliário brasileiro vem crescendo desde 2001, quando entraram no país US$ 187 milhões com essa finalidade. No ano passado, a injeção de dinheiro externo somou US$ 3,6 bilhões. A grande novidade dos últimos dois anos é que os investidores mais conservadores passaram a engrossar a fileira de interessados. “E isso só aconteceu depois que eles se convenceram do amadurecimento da economia brasileira”, diz Marcelo da Costa Santos, vice-presidente para América do Sul da Cushman & Wakefield, empresa que intermedeia a compra, venda e locação de imóveis.
 
Os investidores de perfil mais conservador estão de olho no rendimento seguro que o setor imobiliário brasileiro pode oferecer. “Eles não querem correr risco que os anteriores tiveram. Muitos já vêm bem informados sabendo exatamente o que querem, as vezes até com o endereço certo da propriedade”, diz Santos.
 
O Brasil é considerado, pelo segundo ano consecutivo, o melhor mercado para investimento em imóveis entre os países emergentes e o segundo a oferecer melhor oportunidade de ganho de capital, atrás somente dos Estados Unidos, de acordo com a Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire).
 
“Os investidores mais conservadores que gostam de imóveis escolhem aqueles com contratos de aluguéis mais seguros e os conjuntos comerciais da categoria triplo A. Atendemos muitos fundos estrangeiros, bancos, gestores e family office, que buscam esse tipo de investimento”, diz Ana Cecília Manente, especialista em societário e mercado de capitais da Levy & Salomão Advogados.
 
Os investidores priorizam os prédios comerciais de alto padrão, shopping centers, galpões indústrias e de logística. Segundo o índice de preços globais de imóveis da consultoria internacional Knight Frank, apartamentos e casas usadas no Brasil representaram, em 2012, a maior alta entre os países pesquisados, de 15,2%. Até março deste ano, entretanto, a alta era de 12,2%, menor do que o verificado no mesmo período do ano passado, de 13,7%.
 
“Embora o Brasil continue a superar a maioria dos mercados imobiliários tradicionais em todo o mundo, a taxa de crescimento dos preços está mais lenta este ano”, diz Kate Everett Allen, pesquisadora de residências da Knight Frank. “Mas a manutenção do crescimento econômico positivo do país deve atrair o interesse de investimentos nessa área”, afirma.
 
As portas de entrada do investidor estrangeiro continua sendo as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por serem as mais conhecidas e por terem liquidez no tipo de investimento escolhido. “Se o investidor decidir vender o prédio de alto padrão, ele sabe que não vai ter problema nessas duas cidades”, diz Santos. Esse quadro, no entanto, começa a mudar. No Nordeste, Recife é apontada como um exemplo de cidade em que a liquidez começa a aumentar e despertar interesse nos condomínios industriais e de logística. “A próxima onda será de escritórios de alto padrão em Recife, que só tem uma torre corporativa desse tipo e a demanda não para de crescer “, diz Santos.
 
Investidor que anda a procura de novas oportunidades de negócios em outras regiões do país é a Equity International, um fundo de investimento americano que colocou cerca de IS$ 1 bilhão no Brasil, desde 2006, em companhias como as construtoras Gafisa e Tenda, de São Paulo, o Grupo Thá, de Curitiba, a rede de shopping centers BR Malls, do Rio, e a financiadora de imóveis Brazilian Finance & Real Estate (BFRE). “Quando começamos a investir no Brasil, São Paulo era o ponto de partida, e um bom lugar para construirmos uma estratégia de investimento nacional”, conta Tom Heneghan, CEO da Equity International. “Acreditamos que ainda há muito a se fazer no Brasil. Tanto que estamos agora em meio a discussões avançadas com uma série de potenciais parceiros”, revela Heneghan.
 
Outro grande investidor que intensificou sua presença no país é o fundo americano Paladin, que já aplicou mais de US$ 2 bilhões, é sócio das incorporadoras You Inc e Viver, em São Paulo, tem 60 projetos em execução pelo país e conta em seu portfólio com mais de 25 mil unidades residenciais entregues, desde imóveis de alto padrão ao popular do programa Minha Casa, Minha Vida.
 
Depois de investir em prédios de escritórios e no setor hoteleiro, o fundo prepara uma carteira de US$ 800 milhões para explorar a construção de logística. “Devemos começar no próximo ano pelo estado de São Paulo, onde estamos negociando a construção de um condomínio de 200 mil m2 “, diz o CEO Ricardo Raoul.
 
Especializado na estruturação de investimentos para estes fundos no Brasil, o escritório Levy & Salomão Advogados recebeu seis consultas este ano, já fechou três contratos e mantém um outro em negociação. “O ano começou bom. Os investidores estão interessados em salas comerciais de alto padrão via fundo imobiliário ou por meio de um fundo imobiliário de participação (Fip)”, diz Ana Cecília.
 
Se o interesse externo não para de crescer, é preciso que se constitue um time de corretores preparados para ajudar nessa negociação. É aí que entra o IRM Brasil, um grupo de mil corretores de imóveis formado em janeiro do ano passado. O grupo é administrado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (IBDES).
 
Nos últimos 12 meses, a procura por esses corretores cresceu pelo menos 200%. “Todos os dias aparecem interessados em comprar e vender imóvel no Brasil”, diz Heitor Kuzer, presidente do IBDES. Os países que mais acessam o site da organização para o primeiro contato são os Estados Unidos, Espanha, Portugal e Reino Unido.
 
Fonte: Valor Econômico / Luiz De França / Roseli Loturco – 29.05.13

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