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Os reajustes de 6,6% na gasolina e de 5,4% no diesel, anunciados anteontem pela Petrobras, já chegaram às bombas dos postos de combustível em todo o país. E, embora já estivessem embutidos nas previsões de inflação para este trimestre e para o consolidado do ano, os aumentos estão levando as empresas a recalcular os custos de logística (leia na página 6) e podem ter impacto em alguns setores, como o de alimentos e bebidas.
 
Mesmo com esses repasses, o governo não vê risco de aumento da inflação e já avisou também que não usará o câmbio para conter qualquer pressão inflacionária (leia na página ao lado).
 
Por outro lado, especialistas avaliam que o reajuste, válido desde ontem, ainda não é suficiente para diluir a defasagem em relação às cotações internacionais dos combustíveis, que causa reflexo nas contas da Petrobras (leia na página 6).
 
Os aumentos nos postos verificados ontem já superavam estimativas feitas no início do dia pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que previu reajuste de 4,4% no preço da gasolina para o consumidor.
 
No estado de São Paulo, o aumento médio da gasolina na bomba fica entre 4,6% e 4,8%, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
 
Na capital paulista, esses índices significam aumentos entre R$ 0,08 e R$ 0,10 no litro da gasolina.
 
A manutenção deste cenário depende agora das negociações das distribuidoras com os usineiros, diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro.
 
No interior paulista, o repasse também foi imediato. Ontem, os postos da bandeira Ipiranga já tinham repassado 100% do reajuste às bombas, com alta de R$ 0,10 para o litro da gasolina e de R$ 0,06 para o litro do diesel, de acordo com Gabrielo Renato di Marco, assessor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região. “Todos confirmaram o reajuste. Percebi que as demais bandeiras também já trabalham com novos valores”, disse.
 
O presidente do sindicato dos postos de Santa Catarina, Júlio César Zimmermmann, afirmou que já foi observado aumento de 5,5% no preço da gasolina para o consumidor no estado. “O mercado é quem vai regular, mostrar a tendência. Temos de esperar. Mas posso adiantar que vamos brigar com as distribuidoras para que elas nos ofereçam uma condição melhor”, disse.
 
Guido Mantega descartou a possibilidade de o reajuste dos combustíveis provocar fortes reflexos na inflação. “Faz quatro anos que o preço da gasolina não sobe. De 2006 até agora o preço da gasolina subiu 6%. É uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém”, disse Mantega.
 
Ele acrescentou que o aumento da mistura do etanol na gasolina, de 20% para 25%, que valerá a partir de maio, atenuará o aumento da gasolina.
 
“É o último aumento da gasolina nesta semana”, afirmou em tom de brincadeira. “No ano passado, demos mais de um aumento, não significa que este ano faremos o mesmo.”
 
O ministro calculou que o impacto dos reajustes no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), do IBGE, será de 0,16 ponto percentual.
 
Os analistas econômicos consultados pela reportagem também mantiveram suas projeções de inflação. “O aumento vai ser camuflado pela redução do preço de energia e a redução no patamar do dólar”, destaca Alcides Leite, professor de MBA da Trevisan Escola de Negócios.
 
A expectativa do mercado é que o repasse do aumento na bomba fique na casa de 5% na gasolina e 4% no diesel, afetando principalmente o setor de transportes e elevando o valor dos fretes. O aumento pode prejudicar um outro setor sensível para a inflação de 2013, o de alimentos e bebidas. “O diesel tem esse impacto indireto. Esperamos que o setor não sofra aumento como o do ano passado, quando a seca nos EUA elevou o preço da carne e outros produtos”, afirma Fábio Romão, economista da LCA Consultoria.
 
Fonte: Brasil Econômico / Cristina Carvalho / André Pires – 31.01.13

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