O crescimento de 0,3% no emprego industrial na margem em julho, sétima alta consecutiva, veio em sintonia com a melhora geral do emprego no país e com a recuperação em andamento da produção industrial. Já no próximo mês, a queda de 0,5% verificada no acumulado de 12 meses deve reverter para o sinal positivo e seguir em ritmo de alta até atingir os patamares de 2008 no final do ano, segundo analistas.
Para a alta de 5,4% em julho ante o mesmo mês de 2009, uma das principais influências veio do setor de máquinas e equipamentos (11,7%), o que significa mais geração de emprego em setores ligados diretamente a investimentos produtivos. “Além da geração de emprego na maioria dos segmentos, vimos também a massa salarial crescendo (1,9% na margem e 5,6% no ano)”, observa a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola. “Ou seja, não temos apenas recuperação de emprego, mas também aumento de renda para quem está trabalhando “, completa.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, também destaca a expansão do emprego pelos diversos setores. “Vemos o aquecimento espalhado pelos diferentes setores, com destaque para aqueles voltados à atividade doméstica. Ou seja, esses são números do segundo semestre que reforçam a ideia de que a atividade interna continuará sustentando o crescimento”, diz. Thaís acrescenta que a recuperação do emprego vem sendo gradativa desde julho de 2009. “Houve apenas uma queda na margem em dezembro, voltou a crescer e agora deve continuar a trajetória”.
Tanto na Rosenberg quanto na Austin as perspectivas são de que os dados acumulados em 12 meses revertam a queda verificada até juhlo. “A primeira metade do ano passado passou por um ajuste muito forte e até limpar todo esse momento ruim demora um pouco, mas agosto já vai mostrar um número positivo”, afirma Agostini, que projeta alta de 0,5% na geração de empregos em 12 meses a partir de agosto e de 3,5% para 2010. “Será uma taxa de emprego recorde, mas é preciso fazer a ressalva de que a base de comparação é fraca.”.
A trajetória positiva também foi destacada pelo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. “Os dados dão sequência a uma trajetória de reação, mas o emprego na indústria ainda estava, em julho, em patamar 1,9% abaixo do recorde de setembro de 2008”, observou. Basta lembrar que no auge dos efeitos da crise sobre o mercado de trabalho do setor, em junho do ano passado, o patamar do emprego era 7,1% inferior a setembro de 2008. “Há uma clara trajetória de recuperação do emprego industrial, que vem ocorrendo gradualmente”, disse.
Fonte: Brasil Econômico / Eva Rodrigues – 13/09/2010