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Grandes bancos americanos e de outros países estão reagindo contra as propostas dos Estados Unidos de implementação do acordo da Basileia 3, sob a alegação de que as medidas foram mal concebidas e vão prejudicar o setor, aumentando o risco sistêmico e limitando a disponibilidade de crédito.
 
Suas alegações, detalhadas em cerca de 1.100 cartas recebidas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), tentam limitar as propostas do Fed, que deverão conter a tomada de riscos e inibir os lucros.
 
O Fed está exigindo que os bancos aumentem os volumes de capital que garantem seus ativos, reduzam a tomada de empréstimos e mudem a maneira como as instituições avaliam o grau de risco relativo de suas operações de crédito e de investimentos.
 
O J.P. Morgan Chase avaliou que as propostas poderão resultar em “limitações significativas” à capacidade dos bancos de competir globalmente. O Goldman Sachs afirmou que as regras propostas poderão restringir o incentivo aos grupos financeiros de investir em serviços críticos que servem de espinha dorsal da infraestrutura de negociação do mercado.
 
Os ativos ponderados pelo risco do Goldman vão aumentar 67% em relação ao nível atual, para US$ 728 bilhões, sob o regime proposto, segundo Lloyd Blankfein, seu presidente-executivo. Riscos maiores exigem que os bancos mantenham mais capital, embora o Goldman já seja considerado bem capitalizado pelos padrões regulatórios.
 
O BB&T, uma instituição com US$ 182 bilhões em ativos, afirmou às autoridades reguladoras que o novo esquema de ponderação de risco os forçará a ter “muito mais” capital para garantir o mesmo portfólio de ativos.
 
A American International Group (AIG) disse que as recomendações do Fed criam um incentivo para as seguradoras provocarem um descompasso entre seus ativos e suas obrigações.
 
Alguns grupos financeiros também solicitaram isenção das regras. O PNC, um banco regional em crescimento, que controla cerca de 22% da BlackRock, pediu que as propostas não o penalizem pela participação que a instituição tem na maior gestora de ativos do mundo. O Deutsche Bank disse que as autoridades americanas deveriam conceder a “devida consideração” às aprovações feitas pelas autoridades reguladoras dos bancos estrangeiros em seus países de origem.
 
Os bancos americanos de menor porte estão tentando conseguir uma isenção total das regras. As preocupações dos grupos financeiros já estão sendo vistas com simpatia por autoridades reguladoras e legisladores importantes. Autoridades reguladoras (incluindo as de supervisão bancária) dos estados de Iadho, Nova York, Carolina do Norte e Colorado já escreveram para o Fed, reclamando das regras propostas.
 
A autoridade reguladora da Carolina do Norte disse que sua análise dos bancos mais bem capitalizados supervisionados por ela, constatou que a “adequação de capital, e até mesmo a abundância, não é um indicador confiável de viabilidade”. Para a autoridade, a boa administração presta-se melhor a esse papel.
 
Mais da metade do Senado dos EUA alertou o Fed de que sua tentativa de aplicar os acordos da Basileia aos “bancos comunitários” poderá reduzir os empréstimos e o crescimento econômico.
 
Na quarta-feira, a comissão bancária do Senado realizou a sua primeira audiência sobre as propostas do Fed para o Basileia 3. A expectativa já era que as autoridades reguladoras fossem duramente interrogadas pelos legisladores, enquanto outros alegam que os padrões de capital podem ser considerados indulgentes demais.
 
Entre os que afirmam que as regras não são amplas o suficiente está John Reed, ex-presidente-executivo do Citigoup, e Paul O”Neill, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
 
Reed e O”Neill afirmaram que as autoridades reguladoras do setor bancário americano deveriam impor um padrão que limitasse os ativos bancários a 12 vezes seu capital, o que restringiria drasticamente a tomada de empréstimos pelos bancos e os forçaria a se desfazer de um número significativo de ativos, ou levantar quantidades substanciais de capital. As autoridades reguladoras estão propondo uma relação de 33 para 1.
 
“Não podemos permitir que nossas maiores instituições financeiras empreguem modelos complexos para reduzir seu capital e ganhar uma alavancagem que nos leve a outra grande recessão”, disse O”Neill.
 
Fonte: Valor Econômico/ Financial Times/ Shahien Nasiripour – 16/11/2012

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