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Os efeitos da crise global e a alta dos preços, que já se refletem na desaceleração de vários indicadores da economia, começaram a afetar com força as vendas do comércio. Em agosto, 8 dos 10 ramos pesquisados pelo IBGE tiveram desempenho negativo. Na média, as vendas caíram 0,4% no mês, pior resultado desde março de 2010. Até então, o comércio destoava e mantinha forte dinamismo, especialmente porque o crédito ainda estava em crescimento, apesar de estar mais caro. Mas a piora da crise internacional e o aumento dos preços -em alguns casos inflado pelo repique do dólar- frearam o apetite dos consumidores. “Em muitos casos, isso [a queda das vendas] pode ter relação com os preços mais altos”, disse Reinaldo Pereira, técnico do IBGE.

Entre os produtos que tiveram as vendas mais afetadas estão itens de supermercados, de uso pessoal, doméstico e vestuário. Para Pereira, a crise afetou também as vendas de materiais de construção, que caíram 2% de julho para agosto. Já as altas do IPI e do dólar afetaram as vendas de veículos, que recuaram 4,6%. Economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Carlos Thadeu de Freitas diz que pesquisas já mostram consumidores mais pessimistas e menos dispostos a irem às compras. Ele ressalta, porém, que o comércio ainda terá um “bom crescimento” neste ano -na casa de 6%- graças ao crédito e ao consumo reprimido das classes mais baixas, que tiveram ascensão.

Apesar da freada do comércio se delinear de modo mais claro, o setor manterá um desempenho melhor do que a indústria, que sente mais rapidamente a retração global. A expectativa de economistas é que a produção industrial cresça pouco acima de 2% neste ano. “O comércio responde mais ao mercado interno, que ainda está fortalecido pela expansão da renda e do emprego”, diz Freitas. Embora tenha demorado a chegar ao comércio, a desaceleração da economia já afeta o setor de serviços como um todo. O segmento teve, em setembro, a expansão mais modesta em 26 meses, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pelo HSBC. Além da perda de fôlego neste segmento, a indústria como um todo contraiu pelo quarto mês consecutivo em setembro, segundo o PMI. A tendência de desaceleração econômica não se restringe ao Brasil. Índice do HSBC que mede a atividade de mercados emergentes revela que o desempenho entre julho e setembro deste ano foi o mais fraco em nove trimestres.

Fonte: Folha de S.Paulo/Pedro Soares e Érica Fraga – 13/10/2011

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