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O futuro do mercado imobiliário ainda divide opiniões de especialistas. O único consenso parece ser em relação ao temido estouro de uma bolha no setor, que ficou mesmo no terreno da especulação. O valor do metro quadrado, no entanto, pode continuar aonde está. As respostas para essa resistência dos preços em patamares elevados vêm tanto de variáveis financeiras quanto demográficas.
 
Segundo especialistas, o cenário atual se mantém favorável à demanda: crédito amigável e em crescimento, juros baixos, emprego em alta, aumento real da renda e uma nova classe média emergente. A demanda habitacional segue firme também devido ao crescimento e mudança da população. De acordo com um estudo da Caixa Econômica Federal sobre o tema, feito no ano passado, a necessidade total de habitações no país permaneceu estável em torno de 9,3 milhões de unidades, de 2001 a 2009, embora a quantidade de domicílios tenha crescido 24,75% no período.
 
O relatório mostra que essa necessidade total de habitações, que na metodologia da Caixa inclui o déficit ou falta de moradias, os imóveis inadequados e o crescimento da procura devido à mudança das características e do tamanho da população, é alimentada pela demanda demográfica, que subiu 28,24% em dez anos. O salto de lançamentos e vendas de imóveis nos últimos anos tem sido suficiente apenas para suprir esse aumento orgânico, que evolui principalmente com o envelhecimento da população, segundo a pesquisa.
 
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes, afirma que, na capital paulista, há um crescimento natural da demanda em torno de 31 mil unidades por ano. “Hoje, após o ajuste feito pelas incorporadoras a partir de 2011, as curvas de lançamentos e de vendas se equalizaram.” Segundo Bernardes, o setor vai retomar os lançamentos em 2013 – a entidade estima aumento de 10% na quantidade de empreendimentos novos – e “a demanda está aquecida e saudável”.
 
Um levantamento realizado pelo Instituto Data Popular indica que 7,9 milhões de famílias da nova classe média – definida como aquelas com renda entre R$ 1,1 mil e R$ 3,8 mil – pretendem adquirir um imóvel nos próximos dois anos. Deste total, 80% querem financiar a moradia.
 
Esse desejo de compra aparece também em outro indicador do mercado. O Índice de Confiança do Comprador de Imóvel (ICCI), calculado pela Lopes Inteligência de Mercado desde 2009, cresceu 8,3% em dezembro de 2012, para 134,5 pontos, comparado ao mesmo mês do ano anterior. “O resultado mostra um pico de otimismo das famílias em relação ao mercado imobiliário”, explica a diretora da Lopes, Cristina Crisci. Dos 1.166 entrevistados pela pesquisa na região metropolitana de São Paulo, 81% afirmaram ter intenção alta ou média de comprar um apartamento, casa ou escritório atualmente.
 
A vontade de adquirir a casa própria ganha impulso pelo aumento real da renda, que subiu, em média, 43% em termos nominais de 2007 a 2011. Mas o grande incentivo para a forte intenção de compra se deve, principalmente, ao salto do crédito imobiliário. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de financiamentos do setor multiplicou-se quase por 28, de 2004 a 2012. Saiu de R$ 3 bilhões para R$ 82,8 bilhões. E em 2013, a entidade estima um crescimento de 15%, para R$ 95,2 bilhões.
 
Se a demanda por financiamento continua forte, as instituições financeiras têm interesse em manter o fluxo de empréstimos em alta. Para o diretor-executivo do Secovi-SP, Celso Petrucci, “o crédito imobiliário é um grande negócio para os bancos em função da baixa inadimplência, das garantias e da procura”.
 
Na ponta do consumo, a percepção é a mesma. A financeira CrediPronto vê uma mudança radical no perfil do comprador com a maior facilidade de conseguir crédito. “Quando a gente começou a operar, em 2008, muitas imobiliárias tinham 85% das transações feitas à vista. Hoje a maioria chega a fazer mais de 70% de vendas financiadas. Todos os bancos operam com taxas de um dígito”, afirma Bruno Gama, diretor de operações.
 
Fonte: Valor Econômico / Sérgio Tauhata – 27.02.13

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