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A queda nos preços das commodities nos próximos meses será insuficiente para evitar que a economia mundial deslize para uma nova recessão, alertam analistas na Europa. Segundo especialistas do Banco Mundial, os preços de commodities não energéticas caíram 7,6% em outubro – no terceiro mês consecutivo de queda -, elevando a preocupação sobre demanda e em parte por causa da apreciação do dólar. As quedas foram maiores para metais, em meio a tensões sobre produção industrial global. Os preços agrícolas também recuaram diante de aumento da oferta.
Pelas projeções da consultoria britânica Capital Economics, o preço do barril de petróleo brent poderá cair de US$ 112 atualmente para US$ 85 ao final de 2012 e US$ 75 ao final de 2013, com similar queda entre 20% e 40% na cotação das principais commodities agrícolas e industriais. “Os preços de commodities vão cair porque a demanda mundial continuará lenta no cenário atual”, concorda Heiner Flassbeck, economista-chefe da Agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Ele considera isso inevitável diante da situação econômica “muito ruim” nos EUA, na Europa e no Japão, que respondem por 70% da produção mundial. E nos três o consumo privado é responsável por 80% do crescimento. “Somente mais consumo nesses países pode estimular a economia, mas o que estamos vendo é estagnação Quem vai criar crescimento?”, indaga Flassbeck. “Na Alemanha, as novas encomendas caíram 5% só em setembro, mas o governo age como se tudo estivesse bem.”
A importância das commodities para essas economias varia, dependendo de seu estágio de desenvolvimento e de ela ser produtora ou consumidora. Mas o preço do petróleo é o mais importante globalmente e representa metade dos índices de commodities. O que acontece com o preço do petróleo é essencial para outras matérias-primas, incluindo alimentos. Petróleo mais barato reduz os preços dos grãos, devido ao gasto menor com combustível e fertilizantes usados na agricultura, e reduz também a demanda de investidores e especuladores em commodities, nota Julian Jessop, economista-chefe global da Capital Economics.
A queda do preço do petróleo poderá dar fôlego para a economia mundial de duas maneiras. Primeiro, estima-se que a redução de US$ 10 no preço do barril pode transferir uma renda equivalente a 0,5% do PIB mundial de produtores para consumidores, e dar assim um reforço na demanda mundial. Segundo, menos inflação causada pelos preços de commodities facilita a tarefa de bancos centrais nos países desenvolvidos de manter as taxas de juros próximas de zero por mais tempo, e possibilita aos emergentes cortar suas taxas.
No entanto, a experiência da crise de 2008 e 2009 mostra que mesmo um colapso nos preços das matérias-primas não evita uma recessão. O preço do petróleo caiu abaixo de US$ 40 o barril no final de 2008, muito mais do que está sendo previsto agora, e mesmo assim a economia mundial sofreu forte deterioração. “A baixa nas commodities pode ajudar, mas somente um pouco”, afirma Jessop.
Para o Deutsche Bank, o que está faltando, sobretudo na Europa, é estratégia para evitar maior recessão no velho continente. Considera que somente uma solução para a crise da zona do euro pode dar alivio para o setor bancário e evitar um aperto do crédito na Europa. “É provavelmente tarde demais para evitar uma contração mais significativa do PIB na Europa”, avalia o banco alemão. Os riscos de maior contração estão na Itália. Mas mesmo a Alemanha, que continua com desempenho melhor, começa a sofrer. Paradoxalmente, segundo o Deutsche Bank, o fato de a Alemanha não estar isolada da deterioração econômica geral pode ser visto positivamente, para dar um senso de urgência na opinião publica em favor de políticas mais pró-ativas de resposta à crise.
Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira – 10/11/2011

Commodities caem, mas não devem evitar nova recessão
A queda nos preços das commodities nos próximos meses será insuficiente para evitar que a economia mundial deslize para uma nova recessão, alertam analistas na Europa. Segundo especialistas do Banco Mundial, os preços de commodities não energéticas caíram 7,6% em outubro – no terceiro mês consecutivo de queda -, elevando a preocupação sobre demanda e em parte por causa da apreciação do dólar. As quedas foram maiores para metais, em meio a tensões sobre produção industrial global. Os preços agrícolas também recuaram diante de aumento da oferta.

Pelas projeções da consultoria britânica Capital Economics, o preço do barril de petróleo brent poderá cair de US$ 112 atualmente para US$ 85 ao final de 2012 e US$ 75 ao final de 2013, com similar queda entre 20% e 40% na cotação das principais commodities agrícolas e industriais. “Os preços de commodities vão cair porque a demanda mundial continuará lenta no cenário atual”, concorda Heiner Flassbeck, economista-chefe da Agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Ele considera isso inevitável diante da situação econômica “muito ruim” nos EUA, na Europa e no Japão, que respondem por 70% da produção mundial. E nos três o consumo privado é responsável por 80% do crescimento. “Somente mais consumo nesses países pode estimular a economia, mas o que estamos vendo é estagnação Quem vai criar crescimento?”, indaga Flassbeck. “Na Alemanha, as novas encomendas caíram 5% só em setembro, mas o governo age como se tudo estivesse bem.”

A importância das commodities para essas economias varia, dependendo de seu estágio de desenvolvimento e de ela ser produtora ou consumidora. Mas o preço do petróleo é o mais importante globalmente e representa metade dos índices de commodities. O que acontece com o preço do petróleo é essencial para outras matérias-primas, incluindo alimentos. Petróleo mais barato reduz os preços dos grãos, devido ao gasto menor com combustível e fertilizantes usados na agricultura, e reduz também a demanda de investidores e especuladores em commodities, nota Julian Jessop, economista-chefe global da Capital Economics.

A queda do preço do petróleo poderá dar fôlego para a economia mundial de duas maneiras. Primeiro, estima-se que a redução de US$ 10 no preço do barril pode transferir uma renda equivalente a 0,5% do PIB mundial de produtores para consumidores, e dar assim um reforço na demanda mundial. Segundo, menos inflação causada pelos preços de commodities facilita a tarefa de bancos centrais nos países desenvolvidos de manter as taxas de juros próximas de zero por mais tempo, e possibilita aos emergentes cortar suas taxas.

No entanto, a experiência da crise de 2008 e 2009 mostra que mesmo um colapso nos preços das matérias-primas não evita uma recessão. O preço do petróleo caiu abaixo de US$ 40 o barril no final de 2008, muito mais do que está sendo previsto agora, e mesmo assim a economia mundial sofreu forte deterioração. “A baixa nas commodities pode ajudar, mas somente um pouco”, afirma Jessop.

Para o Deutsche Bank, o que está faltando, sobretudo na Europa, é estratégia para evitar maior recessão no velho continente. Considera que somente uma solução para a crise da zona do euro pode dar alivio para o setor bancário e evitar um aperto do crédito na Europa. “É provavelmente tarde demais para evitar uma contração mais significativa do PIB na Europa”, avalia o banco alemão. Os riscos de maior contração estão na Itália. Mas mesmo a Alemanha, que continua com desempenho melhor, começa a sofrer. Paradoxalmente, segundo o Deutsche Bank, o fato de a Alemanha não estar isolada da deterioração econômica geral pode ser visto positivamente, para dar um senso de urgência na opinião publica em favor de políticas mais pró-ativas de resposta à crise.

Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira – 10/11/2011

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