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O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que o ciclo de alta de juros iniciado ontem ao subir a Selic de 7,25% para 7,50% será suave e curto, projetam profissionais de mercado.
 
A economista do Santander, Tatiana Pinheiro, afirmou que a votação dividida e o conteúdo do comunicado mostram que a Selic não irá muito além de 8%. “O comunicado corroborou premissas que tínhamos acerca da política monetária”, afirmou, fazendo referência ao fato de o comitê não se mostrar convencido de que precisava elevar juros para barrar o processo inflacionário, de um lado, e ao reforço da cautela ante o cenário internacional e o ambiente doméstico ainda incertos.
 
O diretor do departamento de pesquisa e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, também enxerga um ciclo de aperto monetário de, no máximo, mais três altas da Selic, todas de 0,25 ponto percentual. “Da maneira como a decisão foi tomada, sem consenso, fica virtualmente sepultada a possibilidade de uma rodada de aumento de 0,5 ponto percentual”.
 
Para Alexandre Schwartsman, sócio da Schwartsman & Associados, a decisão do Copom foi motivada pelo elevado e persistente patamar da inflação. Mas ele avalia que um ajuste mais agressivo, de 0,5 ponto, teria o benefício de reduzir o ciclo de aumento dos juros no tempo e impactar de forma mais firme as expectativas dos agentes. Nos dois casos, entretanto, o economista se mostra cético com relação à eficácia desse ajuste para reconduzir a inflação para o centro da meta, de 4,5% ao ano. O que exigirá novos desdobramentos da política monetária adiante, após o atual ciclo iniciado ontem.
 
O economista-chefe do Banco Pine, Marco Maciel, também vai nessa linha e diz que os modelos sugeriam um ajuste de 0,5 ponto percentual – que não foi usado por causa do quadro externo ainda débil e da própria atividade doméstica. “E o próprio BC espera desaceleração da inflação neste trimestre”, afirma. Ele aguarda entre 100 a 150 pontos básicos de alta da Selic. ao longo do ano “Se a inflação não arrefecer para a casa de 0,30% ao mês, o BC terá que acelerar a alta da Selic”, afirma o especialista.
 
Maciel espera que o desconforto dos agentes de mercado com a inflação provoque nesta quinta-feira uma de alta ao longo da curva de juros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) – ou seja, vai aumentar o degrau entre as taxas de contratos de vencimento mais longos e as de curto prazo. “O mercado vai seguir desconfortável com a reação do BC ante uma inflação que não dá sinais de queda”.
 
Para o economista-chefe do J. Safra, Carlos Kawall, haveria argumentos para um aumento de 0,5 ponto agora, aposta predominante do mercado, mas também vantagens em se adotar um ritmo mais brando nos ajustes monetários.
 
“Num ambiente de incerteza como o atual, dar passos menores permite prolongar o horizonte do ajuste e ajuda a evitar dois erros de um ciclo curto e contundente, que pode pecar por ser muito curto ou muito contundente”, disse ele. “Um ciclo contundente demais pode prejudicar a recuperação da atividade e um muito curto pode não gerar o efeito desejado de reversão de expectativas de inflação.”
 
Fonte: Valor Econômico / João José Oliveira / José Sergio Osse – 18.04.13

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