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Quando o cliente entra em uma loja de departamento, logo se depara com uma vendedora pronta para enumerar as vantagens do cartão exclusivo da marca. Os ‘private labels’ — como são conhecidos — foram a aposta das varejistas, nos últimos anos. No entanto, o avanço da bancarização nas classes mais baixas e a abertura de novas unidades fez com que esses plásticos perdessem espaço para outros meios de pagamento. Para se ter ideia, no primeiro trimestre, o cartão Luiza representou 16% do total das vendas da Magazine Luiza. No mesmo período do ano passado, porém, foram responsáveis por 24%. A queda foi fruto do aumento da participação do crédito direto ao consumidor (CDC) e do conservadorismo na taxa de aprovação. O mesmo aconteceu com a Riachuelo que viu o cartão da marca perder a fatia detida de janeiro a março de 2012, de 50,4%, para 46,1%, neste ano.
 
A Marisa, no entanto, fez o caminho inverso. O private label da varejista ganhou participação — mesmo que mínima — ao passar de 44% para 44,2%. “Ao longo de 2012, a empresa investiu na fidelização do cliente. Antes, esses cartões eram oferecidos sem segmentação e a Marisa percebeu que tinha que recompensar o cliente”, diz Boanerges Ramos Freire, consultor em varejo financeiro. O especialista se refere ao Programa Amiga, cuja base de clientes cadastrados chega a 3 milhões e foi responsável pelo aumento nas vendas do cartão Marisa em 7%.
 
No primeiro trimestre, a receita de intermediação financeira líquida dos cartões da loja aumentou 15,1% pelo salto da receitas nas vendas e pela redução dos custos de funding. Com isso, a carteira de recebíveis cresceu 21,5%, totalizando R$ 537,4milhões.“A tendência é que as varejistas comecem a rever o produto e voltem a valorizá-lo, porque não é meramente financeiro. Esses cartões ajudam no relacionamento com os clientes”, diz Freire.
 
Alexandre Ribeiro, sócio da Cosin Consulting, concorda. “Um dia, essas lojas podem obter a mesma relação que os clientes têm com a Apple e a Samsung. Eles são torcedores dessas marcas, bem diferente do que é oferecido hoje por essas varejistas que não passa de uma commodity”, acrescenta.
 
No caso das Lojas Renner, o resultado de serviços financeiros, no primeiro trimestre, atingiu R$ 47,6 milhões, ficando 16,3% acima dos R$ 40,9 milhões do mesmo período do ano passado. O avanço é fruto da emissão de cartões da marca que, em março, somavam 21,1milhões. Este total representou uma participação de 49,9% nas vendas de mercadorias de janeiro a março ante os 51,2% no primeiro trimestre de 2012. O tíquete médio do cartão Renner aumentou de R$ 138 para R$ 146,91.
 
Segundo o analista Carlos Daltozo, do BB Investimento, as parcerias das varejistas com os bancos devem diminuir cada vez mais. “Os bancos passaram por um ano difícil com inadimplência, maior competitividade e queda dos juros. Por isso, estão atrás de uma maior eficiência operacional e não cabe esse tipo de cliente”, afirma. O Itaú, por exemplo, se desfez de centenas de parcerias, no ano passado.
 
Fonte: Brasil Econômico / Natália Flach – 21.05.13

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