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Neste momento de recrudescimento da crise internacional, com as dificuldades de retomada de crescimento da Europa, representantes de organismos multilaterais, de bancos centrais e acadêmicos tentam descobrir qual é o melhor equilíbrio entre o uso de política monetária e de medidas macroprudenciais. Trata-se de uma resposta que precisa ser adaptada à realidade de cada país, lembravam os especialistas que participaram de seminário sobre metas para a inflação, promovido pelo Banco Central, na semana passada.

O Brasil já se utiliza de medidas macroprudenciais junto com a política monetária há anos, de olho em seus dois principais mandatos, que são a estabilidade de preços e a estabilidade financeira. No exterior, a crise levou à revisão da segregação entre as funções do BC e ações prudenciais e a tendência tem sido de que essas ações sejam responsabilidade das autoridades monetárias. De acordo com o diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, essa interconexão “vai continuar fazendo parte das discussões acadêmicas”.

O representante do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Vergara, considera que o Brasil é um exemplo bem-sucedido da conjugação entre as duas políticas. Ele acredita que isso “fortaleceu os efeitos na economia”. No entanto, ele reconhece que em geral a avaliação de substituição de ações monetárias, com o corte de juros como principal instrumento, por ações macroprudenciais pode deixar lacunas em termos de arcabouço jurídico e de capacidade de avaliar riscos.

Já o representante do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Stephen Cecchetti, se mostrou mais crítico ao uso de medidas macroprudenciais. Ele acredita que são de difíceis desenho e implementação e que não têm a potência necessária. Além disso, haveria dificuldade também, no combate à inflação, na definição de segurar o crédito – para conter o consumo – por parte dos credores ou dos tomadores de empréstimos.

Para o economista, o modelo adotado no Brasil, com foco nos bancos, não funcionaria nos Estados Unidos, por exemplo, onde há acesso direto ao mercado de capitais por parte dos tomadores. Cecchetti acredita que, desde a crise de 2008, os banco centrais vão se tornar cada vez mais politizados. “Definir taxas de juros não é atividade apolítica”.

Na quinta-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou que a política monetária deve ter foco na estabilidade de preços. Segundo o diretor Hamilton, isso quer dizer que, “nas atuais circunstâncias, equivale a dizer que a política monetária deve ser feita com parcimônia”. “As políticas macro e microprudenciais devem ter foco na estabilidade financeira. Mas não podemos ignorar suas interconexões”, disse. No Brasil, as medidas macroprudenciais tiveram foco em segmentos específicos para reduzir os excessos de demanda. A expansão do crédito era vista como suporte para o aumento da demanda, então a moderação da oferta de crédito leva também à moderação da demanda.

Fonte: Valor Econômico/ Juliana Ennes/ Marcelo Mota – 14/05/2012

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