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A queda da inflação e sua trajetória de convergência para a meta ficarão mais evidentes no último trimestre do ano, quando as medidas já tomadas pelo Banco Central terão seu “impacto máximo”, previu ontem o presidente do BC, Alexandre Tombini. Em um discurso mais tranquilo em relação ao rumo da inflação do que o adotado por parte do mercado, o presidente do BC mostrou que já há sinais de que a inflação corrente, assim como as expectativas, começam a ceder, o que permitirá que o IPCA convirja para o centro da meta, de 4,5%, em 2012.

Em seu discurso, o BC reiterou, portanto, que não mudou sua estratégia e continua esperando que o recuo da inflação para o centro da meta ocorra no ano que vem. Com isso, corrigiu a interpretação feita pelo mercado, a partir da leitura da última ata do Copom, de que o novo horizonte da política monetária seria 2013. Isso porque o documento omitiu o “compromisso” do BC em fazer com que o IPCA caminhe para o alvo em 2012. Temendo um BC mais “leniente” com a inflação, a curva de juros futuros chegou a reagir – os contratos mais longos subiram, como reflexo do entendimento de que uma atitude menos rigorosa com a inflação no curto prazo poderia forçar o Copom a subir a taxa Selic mais à frente.

Ontem, Tombini ajustou essa leitura ao garantir que o BC está pronto para agir caso haja seja necessário – ou seja, se houver riscos de o IPCA em 2012 “escapar” dos 4,5% perseguidos. Porém, o cenário apresentado por ele é muito mais tranquilo em relação ao comportamento dos preços do que parte do mercado está enxergando. “A inflação já está em trajetória declinante. Mas o BC continua vigilante e não hesitará em adotar medidas, se necessário, para garantir a convergência da inflação ao centro da meta em 2012.”

Tombini enfatizou, entretanto, que há sinais de que tanto a inflação corrente quando as expectativas de inflação começam a ceder, como consequência das ações de ajuste monetário adotadas ao longo dos últimos sete meses, período em que o BC teve de agir para combater pesadas pressões de inflação. “Esse processo (as medidas de aperto monetário) já vem assentando as bases para que a inflação convirja para o centro da meta em 2012”, afirmou.

“A inflação acumulada nos últimos três meses de 2011 será significativamente menor do que em igual período de 2010. E o mesmo ocorrerá no primeiro trimestre de 2012 em relação a igual período de 2011, também caracterizado por uma inflação mensal bastante dramática”, previu.

Além disso, disse, a média mensal da inflação projetada pelo mercado para o segundo semestre de 2011 “é compatível com o centro da meta de inflação”. E, segundo ele, essa trajetória ficará mais evidente no quarto trimestre de 2011. É nesse período em que o ajuste das condições monetárias adotadas terão impacto máximo sobre a economia brasileira”, afirmou.

Os riscos apontados por Tombini estão concentrados no cenário internacional. “Desde o início do ano, o BC tem lidado com a complexidade do cenário econômico internacional. No entanto, os acontecimentos observados nas últimas semanas se mostraram ainda mais complexos”, afirmou, citando a crise da dívida na zona do euro, cujo processo de acomodação será “longo e sujeito a contratempos”, e a economia americana, que vive processo sistemático de perda de dinamismo e redução da expectativa de crescimento, além de um nítido esgotamento do grau de manobra da política fiscal.

“Tudo indica que, qualquer que seja a solução do impasse, e assim se encaminha para que haja uma solução, a economia americana não só perderá a possibilidade de novos impulsos fiscais como terá que viver com o fim dos hoje existentes. Isso deve afetar a expectativa de crescimento da maior economia do mundo nos próximos anos”.

Fonte: Valor Econômico/Lucinda Pinto e José Roberto Campos -03/08/2011

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