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A crise econômica prejudicou o crédito mundial e trouxe retrações em muitos segmentos brasileiros. Passado um ano, a economia retomou o fôlego de crédito e, desde o final do ano passado, os bancos notaram um crescimento significativo, motivado inicialmente pelo consignado para pessoas físicas. Porém, o sol também começou a brilhar para as empresas, que voltaram a investir e fizeram muitas carteiras de bancos médios retomarem os altos patamares de 2007, deixando a nuvem negra para trás. Se os bancos tinham reduzido o apetite durante e pós-crise, agora eles retomaram a fome por uma boa refeição, principalmente no cardápio de oferta de empréstimos às empresas. Eles estão prontos para entrar na briga com os grandes bancos e ampliar a carteira para financiar processos de expansão e capital de giro para os empreendedores.

O Banco Pine, focado no crédito de empresas, foi o primeiro entre os médios a abrir o capital, em março de 2007. Com a expansão, os executivos viram a carteira de crédito pular de R$ 3 bilhões para R$ 5 bilhões no mesmo ano. A crise esfriou e fez com que tivesse um declínio, mais acentuado no início de 2009. Mas com a aceleração da economia neste ano os ventos voltaram a soprar a favor do crédito.

Clive Botelho, vice-presidente de finanças do Pine, afirma que o primeiro trimestre de 2009 foi ruim para as empresas brasileiras. “O Brasil levou dois trimestres para sair da crise, mas graças às medidas corretas tomadas pelo governo esse cenário começou a mudar”, aponta Botelho.

Mesmo assim, foi somente no final do terceiro trimestre do ano passado que o crédito para empresas passou a despontar.

“No início deste ano o empresariado ficou ainda mais animado”, conta. Essa onda de otimismo já se refletiu em alta das concessões de crédito do banco, que contabiliza uma carteira de R$ 4,98 bilhões no primeiro trimeste deste ano,um crescimento de 29% ante mesmo período de 2009.

O executivo do Pine está com as expectativas bastante positivas para 2010 e prevê que a carteira alcance patamares inclusive superiores aos de 2007, atingindo de R$ 5 milhões a R$ 5,2 bilhões. “A meta é crescer acima do mercado, que prevê um aumento de 20% a 25% para o segmento esse ano”, acrescenta. Entre os fatores positivos para essa retomada e maior participação dos bancos médios estão as fusões e as restrições de crédito de algumas instituições estrangeiras. Para Botelho, esses aspectos têm contribuído para fortalecer a oferta e procura por crédito nesse segmento.” A fatia foi dividida em mais pedaços, já que existe menos concorrência do que no passado”, aponta.

Os setores que lideram a carteira do Pine são açúcar e etanol (15%), infraestrutura (12%), energia elétrica e renovável (12%) e agricultura (8%), seguidos de consumo geral e construção. Na competição dessa fatia de oferta de crédito entram outros bancos médios, como ABC Brasil, BIC, Sofisa, Bonsucesso, Paraná Banco, Cruzeiro do Sul e Indusval, entre outros.

Segundo dados do Banco Central, analisados pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), o volume de crédito no sistema financeiro nacional totalizou, em abril de 2010, R$ 1,46 trilhão, que representou 45,2% do PIB. Os recursos direcionados (R$ 486,9 bilhões) evoluíram de forma mais acelerada (1,6%) que o crescimento do crédito livre (R$ 981,1 bilhões). Os empréstimos do BNDES (R$ 295,6 bilhões) e o saldo do crédito habitacional (R$ 98,9 bilhões) foram destaques no âmbito direcionado, com crescimento de 1,3% e 3,2% na comparação com o mês de março.

Na esfera do crédito livre, ambos os segmentos apresentaram avanço. A carteira de pessoas físicas (R$ 492,5 bilhões) registrou taxas mais aceleradas, de 18,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, refletindo desempenho do crédito pessoal, que inclui o consignado e financiamento de veículos. Já o saldo destinado às pessoas jurídicas (R$ 488,6 bilhões) mostrou expansão moderada, com 5,8% em relação a abril de 2009. As operações diárias jurídicas totalizaram pouco mais de R$ 4,8 bilhões, correspondendo a um crescimento mensal de 5,2% e um avanço de 7,4% no horizonte de 12 meses.

O Banco Indusval, que também pulverizou o capital no mesmo ano do Pine, compartilha da expectativa de crescimento nas concessões de crédito. “Os recursos livres para empresas ainda estão devagar em relação a outros créditos, mas com nível de qualidade e crescente demanda”, aponta Luiz Masagão Ribeiro, presidente do conselho do Banco Indusval Multistock. Antes do IPO, o banco movimentava uma carteira de R$ 600 milhões, que chegou rapidamente em R$ 1,7 bilhão ao longo de 2007. “Com a crise em 2008 tivemos uma queda de 20%, mas temos retomado, totalizando uma carteira de R$ 1,45 bilhão em março”, acrescenta.

Para Ribeiro, o crédito aos consumidores ainda será o grande propulsor do crescimento, muito apoiado no crédito consignado, financiamento de veículos e crédito imobiliário. Mesmo assim, o crescimento no segmento de pessoa jurídica também tem sido animador e a procura tem sido maior por empresas de porte maior. Na opinião de executivo, o crédito para empresas ainda está muito ligado aos recursos direcionados do BNDES, que hoje representam aproximadamente 10% da carteira de crédito do banco.

Fonte: Brasil Econômico/Cristiane Moraes – 11/06/10

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