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A declaração que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deu na última sexta-feira, com a finalidade de tranquilizar a população sobre a alta nos preços ao prometer que vai fazer o possível para conter a alta da inflação, não teve impacto no mercado. Os juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) operaram praticamente estáveis na sessão dessa segunda-feira. Os contratos de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 terminaram em 7,93%. Na última sexta-feira, os mesmos contratos encerraram em 7,94%.
 
Tombini destacou na sua fala que o aumento na taxa básica de juros aliado a outras medidas adotadas pelo governo no final do ano passado já estariam cumprindo o objetivo de provocar queda nos preços. Para exemplificar tal análise, ele utilizou a queda no índice de difusão – que mostra a quantidade de itens com preço ascendente. O indicador estava em 75% em janeiro e caiu para 65% em abril.
 
Para o estrategista-chefe do Banco Banco WestLB, Luciano Rostagno, a avaliação está equivocada, uma vez que o índice de difusão sofre pressão de fortes efeitos sazonais. “Por isso, apesar de ter recuado na margem em abril, o índice apresenta o maior patamar para o mês, desde 2005”, explica.
 
A pressão no preço dos alimentos se estende desde o ano passado. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em março um período de 12 meses no patamar de 6,59% – estourando o teto da meta, de 6,5%. Em abril, houve um leve recuo e o índice ficou em 6,49%.
 
O Boletim Focus, divulgado ontem, aumenta a estimativa para o IPCA em 2014 de 5,76% para 5,80% e mantém a projeção da Selic em 8,25% no final de 2013.
 
O mercado vê um banco central cauteloso em relação ao combate à alta nos preços. “O consenso é que o BC está confortável com uma inflação um pouco acima da meta. Eles estão querendo ser um pouco menos rígidos para evitar pressão sobre o crescimento da economia”, emenda Rostagno.
 
A declaração de Tombini quebra um silêncio de 15 dias do BC, que se estendia desde o duro discurso em defesa do controle da inflação feito em evento público pelo diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. Ele alegou “convicção de que o Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária (taxa Selic)”.
 
“A visão do Hamilton se assemelha mais a do mercado, que compra uma inflação em alta, provavelmente acima da meta. Por isso, essa expectativa otimista de Tombini em relação à inflação não convence”, afirma o diretor da Futura Corretora, André Ferreira.
 
As avaliações divergentes de Tombini e Hamilton estarão no radar dos agentes de mercado durante o XV Seminário Anual de Metas para a Inflação, evento que vai reunir representantes de bancos centrais de vários países no final desta semana no Rio de Janeiro, entre eles o presidente do BC brasileiro.
 
Ferreira destaca que começa a ficar perceptível uma divergência dentro do BC . “O cenário é fruto de uma política fiscal expansionista, que atribui ao BC todo o peso de segurar a inflação alta, reflexo da demanda aquecida”, diz.
 
Fonte: Brasil Econômico / Priscilla Arroyo – 14.05.13

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