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Depois de 10 cortes consecutivos, o Banco Central manteve a taxa de juros em 7,25% ao ano, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2012. De acordo com nota divulgada pelo BC, todos os integrantes do Copom foram a favor da manutenção da Selic neste patamar. “Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”, diz a nota.
 
À frente da autoridade monetária, Alexandre Tombini reduziu os juros mais do que qualquer outro banco central do G-20. Ao todo, foram 5,25 pontos percentuais, desde do agravamento da crise da dívida da Europa. Após a redução de 0,25 p.p. em 10 de outubro, o BC se comprometeu a manter a Selic estável por um “período prolongado” para apoiar a frágil recuperação.
 
Se, por um lado, os juros nominais não apresentaram alteração, por outro, os juros reais registraram elevação. O motivo é a queda na projeção de IPCA para os próximos 12 meses. Na reunião de outubro, a expectativa de inflação era de 5,50%, o que levava os juros reais a 1,66%. Com a nova projeção de 5,37% para o IPCA, os juros reais subiram para 1,78%.
 
A decisão de manter a Selic em 7,25% já era esperada pelo mercado que prevê que o BC vai dar uma pausa no ciclo de cortes para observar os efeitos dessas medidas. A questão é quanto tempo essa pausa deve levar. Segundo economistas consultados pelo BC, o patamar será mantido no próximo ano, já que o governo pretende estimular o crescimento econômico do país. Já as curvas de juros futuros apontam que, por causa da inflação, a autoridade monetária deve voltar a elevar a Selic para 8% em 2013.
 
Maurício Molan, economista chefe do Santander, acredita que, mesmo que o BC mantenha os juros em 7,25%, deve haver mudanças nas atas e comunicados do ano que vem. “Ao longo do período, o cenário vai mudando; com isso, esperamos que já no primeiro trimestre haja alteração”, afirma.
 
Luiz Otavio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, também integra o time que acredita que a Selic deve permanecerem 7,25% ao longo do ano que vem. Segundo o especialista, para mitigar a pressão inflacionária, o BC deve lançar mão de medidas macroprudenciais. “Hoje, o crédito é puxado pelos bancos oficiais, como Caixa Econômica e Banco do Brasil. Caso a inflação avance rapidamente, pode pedir que essas instituições segurem o crédito. Não é uma medida macroprudencial no ‘stricto senso’, mas pode ser utilizada”, afirma.
 
Já Darwin Dib, economista chefe da CM Capital Markets, vê a possibilidade de a autoridade manter os juros em 7,25% até o primeiro semestre de 2014. “A não ser que o governo perceba que existe o perigo de a inflação vai passar dos 6%”, acrescenta.
 
Se por um lado, a inflação de serviços é preocupante, por outro, o desenrolar da crise econômica tem uma função desinflacionária. “O risco global tem viés de desaquecimento e o pior da crise ainda está por vir”, aponta Dib.
 
Segundo o especialista, há três focos de deterioração do cenário: ajustes fiscais na Europa, desaceleração do crescimento da China e abismo fiscal americano. Mesmo assim, Dib espera que o IPCA encerre 2013 na casa dos 5,8%. Já Souza Leal, do ABC Brasil, prevê que o IPCA apresente arrefecimento no ano que vem para 5,15%. “A discussão sobre o centro da meta de inflação perdeu força em um momento em que o mundo está todo de pernas para o ar. As prioridades agora são outras. Depois, devemos voltar a falar sobre isso”, acrescenta.
 
Para o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, o BC atingiu o patamar confortável de juros e ele não acredita que vai voltar a subi-los durante o mandato da presidente Dilma. “O governo está preocupado com a retomada do crescimento econômico”, diz, acrescentando que espera que o PIB do ano que vem fique em torno de 3,5%.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Natália Flach – 29/11/2012

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